quinta-feira, 20 de agosto de 2020

CONTRIBUTOS DAS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES

 A partir do 5º milénio a.C. assistiu-se a uma nova e profunda viragem: o Homem começou a fixar-se nos vales de alguns grandes rios, onde vieram surgir as primeiras cidades, e com elas as primeiras civilizações:


Civilização do Egito, junto ao Rio Nilo

Civilização da Antiga China, junto ao Rio Amarelo

Civilização da Suméria, junto ao Rio Tigre e ao Rio Eufrates

Civilização do Vale do Indo, junto ao Rio Indo

 


Condições naturais

Algumas comunidades deslocaram-se para junto dos grandes rios por causa do seu regime de cheias anuais que tornavam férteis os solos das suas margens. Inicialmente, o Homem não sabia como controlar as cheias e por isso não se fixava nas proximidades dos rios. No entanto, a partir do 5º milénio a.C. as populações atreveram-se a enfrentar a força dos rios e a ocupar as suas margens.


Desbravou-se o solo, drenaram-se os pântanos, construiram-se diques para suster as águas nos meses de cheias e construiram-se canais para irrigar os campos durante os meses de seca. Todo este esforço foi recompensado com colheitas abundantes, sobretudo de cereais.



Acumulação de excedentes

O aumento da produção fez com que se produzisse mais do que se consumia, o que originou a acumulação de excedentes.


 

Progresso técnico e estratificação social

Com a acumulação de excedentes agrícolas, já não era necessário tantas pessoas se dedicarem ao trabalho agrícola, ficando libertas para outras atividades.


Surgiram os primeiros artesãos especializados: oleiros, tecelões e, mais tarde, metalurgistas. A metalurgia (técnica de fusão e tratamento de metal) permitiu o fabrico de instrumentos e de armas de metal, o que mudou profundamente o modo de vida das comunidades.


As necessidades de defesa e de organização da comunidade levou ao aparecimento de guerreiros, sacerdotes e governantes. Os chefes guerreiros, religiosos e políticos adquiriram grande poder e autoridade e começaram a exigir aos camponeses e artesãos o pagamento de tributos.


A sociedade passou então a estar dividida em estratos sociais: por um lado, os chefes guerreiros, religiosos e políticos (os que dirigiam e comandavam) e, por outro lado, os camponeses e os artesãos (os que produziam).



Trocas comerciais

A acumulação de excedentes também permitiu o aparecimento de uma nova atividade económica: o comércio, ou seja, a troca de bens (trocavam-se produtos agrícolas e artesanais).


Aparecimento das cidades

Concluindo, a acumulação de excedentes permitiu o aparecimento de novas atividades, como o artesanato, o comércio e os serviços administrativos, militares e religiosos. Estas atividades tendiam a concentrar-se em grandes aglomerados populacionais – as cidades.


Foi, portanto, nos vales fluviais que se deu a revolução urbana, que originou as bases para as primeiras civilizações.



O EGITO


Condições naturais

O Egito situa-se no nordeste de África. Fica a norte do deserto da Núbia, a este do deserto da Líbia e a oeste do deserto Arábico. Tem ainda como limites o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho.


O território é atravessado por um grande rio: o Rio Nilo. Com as suas cheias anuais, os solos das suas margens tornam-se bastante férteis e, por isso, propícios à agricultura.


É possível distinguir duas regiões:


Alto Egito: nas terras mais a sul

Baixo Egito: região do delta (parte terminal do rio Nilo que desaguava por vários braços para o Mar Mediterrâneo)

Estas regiões foram independentes durante séculos. Entretanto, deu-se a unificação de todo o território a cerca de 3200 a.C., pelo rei Narmer (ou Menés), tornando-se assim no primeiro faraó do Egito.



Atividades económicas

Principais atividades económicas e produtos:


Agricultura:

Cereais (trigo e cevada)

Linho

Artesanato:

Ourivesaria

Metalurgia

Cerâmica

Tecelagem

Carpintaria

Comércio:

Importava: minerais, pedras preciosas e madeira

Exportava: cereais, objetos de cerâmica, tecidos de linho


Sociedade

A sociedade egípcia era estratificada e hierarquizada, ou seja, estava dividida em vários estratos sociais, cada um com a sua importância a nível social:


Faraó:

Tinha poder sacralizado, pois era considerado deus vivo, filho do deus-Sol Amon-Ré

Concentrava em si todos os poderes: era o sumo-sacerdote, juíz supremo, chefe do exército e administrador do Egito

Altos funcionários:

Tinham funções administrativas

Sacerdotes:

Prestavam o culto aos deuses, nos templos

Escribas:

Desempenhavam diversos cargos, como magistrados, cobradores de impostos e contabilistas, graças aos seus conhecimentos (escrita e cálculo)

Artesãos:

Trabalhavam nas oficinas do rei, dos templos e dos nobres

Camponeses:

Cultivavam as terras do faraó, dos templos e dos nobres, estando ainda sujeitos a pesados impostos

Escravos:

Eram prisioneiros de guerra que se ocupavam de diversos serviços (domésticos, agrícolas, obras públicas, etc.)

 


Religião

O povo egípcio era politeísta, ou seja, acreditava em vários deuses.


Os deuses egípcios tinham várias formas: podiam ter forma humana, animal ou mista. Representavam forças da Natureza ou qualidades humanas.


Cada cidade ou região tinha os seus próprios deuses, mas os mais importantes eram adorados em todo o Egito. O culto a estes deuses era prestado em grandes e ricos templos.


 

Culto dos mortos

Os Egípcios acreditavam na vida após a morte e na reencarnação. Por isso, procedia-se à mumificação dos corpos dos mortos de forma a preservá-los para a outra vida. Depois de embalsamados, os corpos ficavam encerrados em sarcófagos que eram depois colocados em túmulos juntamente com alimentos, adornos, jóias e outros objetos de uso pessoal.


No entanto, como este processo era algo dispendioso, era apenas realizado aos faraós e alguns privilegiados. Os restantes egípcios (a maioria) eram sepultados no deserto.



Arte

A arte egípcia está muito relacionada com a religião e ao culto dos mortos.


Arquitetura

Construíram-se três tipos de sepulturas: as pirâmides (enormes túmulos reservados aos faraós), as mastabas (túmulos reservados à família dos faraós e priveligiados) e os hipogeus (túmulos escavados nas rochas, de forma a evitar roubos dos objetos lá deixados)

Os templos eram grandiosos de forma a engrandecer os deuses a que faziam culto

Escultura e pintura

Destinavam-se sobretudo à decoração de templos e túmulos

A figura humana era representada de acordo com a lei da frontalidade: a cabeça e os pés de perfil e o tronco de frente

A dimensão das figuras era de acordo com a sua categoria social





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