quinta-feira, 8 de julho de 2021

Islamismo

 O islamismo é uma das principais religiões do mundo, sendo muito popular na África, Ásia e está em franco crescimento na América do Norte e na Europa. É atualmente a segunda maior religião do planeta, com quase dois bilhões de fiéis espalhados nos cinco continentes. Seu surgimento remonta ao século VII por meio da ação do profeta Muhammad.


Trata-se de uma religião monoteísta, portanto, os fiéis dessa religião acreditam na existência de apenas um deus, chamado por eles de Allah. A palavra “islã” vem do termo árabe islam, que significa submissão, e esse termo deriva de “salam”, que significa paz, conceito que no árabe denota uma condição de espírito.


O adepto do islamismo é conhecido como muçulmano ou muçulmana, termo que vem de “muslim”, palavra árabe que significa submisso. Sendo assim, na lógica da fé islâmica, o muçulmano é aquele que é submisso a Allah. Os muçulmanos professam em sua religião cinco pilares básicos.


Como foi o surgimento do islamismo?

O surgimento do islamismo aconteceu no começo do século VII por meio das ações de Muhammad (conhecido em português como Maomé), o grande profeta do islã. Muhammad tornou-se profeta do islã após a revelação de Allah por meio do anjo Gabriel, quando o profeta era apenas um comerciante.


Muhammad nasceu em Meca, em 570, e perdeu seus pais ainda na infância. Foi criado pelo tio chamado Abu Talib. Na vida adulta, tornou-se comerciante, casou-se com uma viúva rica, que se chamava Khadija, e passou a ser o representante dos negócios de sua esposa. Depois que sua primeira esposa faleceu, Muhammad casou-se com outras mulheres.


A tradição islâmica conta que o profeta tinha a prática de retirar-se para orar e meditar em montes e desertos aos arredores de Meca. Em um desses retiros, o anjo Gabriel apareceu para Muhammad e pediu que ele recitasse um texto. Conta-se que o anjo referiu-se ao profeta como “rasul Allah”, traduzido como “enviado de Deus”.


Muhammad imediatamente recitou o texto pedido pelo anjo (embora não soubesse qual texto era). A recitação de Muhammad é localizada atualmente na 96ª surata do Alcorão, o livro sagrado do islamismo. Uma observação importante é que as traduções dessa recitação podem variar bastante. De toda forma, a recitação foi:


 


Em nome de Deus, Muito bom e Misericordioso:


Recita em nome do teu Senhor que criou


Que criou o homem de um grumo de sangue coagulado


Recita, teu senhor é o Muito Generoso,


Que ensinou graças ao junco para escrever,


Que ensinou ao homem o que este não sabia.|1|


 


Essa revelação é conhecida no islamismo como Noite do Destino e iniciou as revelações de Allah para o profeta. Após um período de confusão, Muhammad passou a receber novas revelações a partir de 612, e essas revelações foram depois compiladas no que é conhecido como Alcorão. Esse livro sagrado foi escrito pelos seguidores de Muhammad à medida que Allah lhe revelava sua mensagem.


Os primeiros convertidos à fé islâmica foram seu primo, chamado Abu Talib; Khadija, a esposa de Muhammad; e Abu Bakr (amigo que, posteriormente, tornou-se sogro do profeta). Em 612, foi também o ano em que Muhammad iniciou suas pregações, e isso aconteceu em Meca, a cidade em que o profeta nasceu e onde ele morava. O período de ação do profeta é conhecido como “nubuwwa”, algo como “época da profecia”.


As pregações da mensagem de uma religião monoteísta acabaram por incomodar as autoridades de Meca porque se voltavam contra os valores tradicionais da cidade e poderiam prejudicar a peregrinação em homenagem aos deuses pagãos, a qual trazia riqueza para Meca. A Arábia pré-islâmica era, portanto, politeísta, e esse período é conhecido na tradição islâmica de “jahiliah”, ou “época da ignorância”.


Essa perseguição começou a colocar em risco não só Muhammad, como também os convertidos ao islamismo. O profeta então incentivou que os novos convertidos buscassem abrigo na Etiópia, enquanto ele se refugiou na cidade de Medina.


As autoridades de Medina mostraram receptividade às pregações de Muhammad, por isso o profeta mudou-se para essa cidade em 622. Esse acontecimento é conhecido como Hégira e foi um marco para os muçulmanos, pois é considerado o momento que deu início à contagem do calendário islâmico.


Nessa ocasião, o islamismo ainda era uma religião pequena e sem muita força, mas, em Medina, a situação alterou-se drasticamente. Lá, Muhammad tornou-se chefe da cidade e organizou forças para guerrear contra Meca. Inúmeras caravanas de Meca começaram a ser atacadas por Medina, e um momento marcante nesse conflito foi a Batalha de Badr, em 624.


Formou-se em Medina um Estado muçulmano, que passou a defender a conversão total daquela sociedade. Os judeus que moravam em Medina começaram a ser pressionados para que se convertessem e, por isso, acabaram aliando-se a Meca, mas as sucessivas derrotas de Meca fizeram com que a comunidade judaica se enfraquecesse.


quinta-feira, 1 de julho de 2021

Transporte no Brasil

 O Brasil é um país com dimensões continentais, apresentando uma larga extensão norte-sul, além de uma grande distância no sentido leste-oeste em sua porção setentrional. Por esse motivo, é necessária uma ampla rede articulada que ligue os diferentes pontos do território nacional a fim de propiciar o melhor deslocamento de pessoas e mercadorias.


Além disso, para que o país possa ampliar as exportações, importações e, principalmente, os investimentos estrangeiros, é necessário que os meios de transporte ofereçam condições para que os empreendedores tanto do meio agrário quanto do meio industrial possam ter condições de exercer suas funções sociais. No Brasil, a estratégia principal foi a de priorizar a estruturação do sistema rodoviário – sobretudo a partir do Governo JK – em detrimento da construção de ferrovias e hidrovias, que só recentemente vêm recebendo maiores investimentos.


As rodovias no Brasil


O transporte rodoviário no Brasil foi – e ainda é – o meio responsável pela maior parte dos fluxos de bens e pessoas no país, que priorizou a sua construção para favorecer as empresas estrangeiras do setor automobilístico e promover a entrada delas no país. A expectativa era estruturar o modal rodoviário a fim de propiciar a construção de polos industriais de automóveis no Brasil com o objetivo de ampliar a geração de empregos, embora hoje as indústrias desse setor empreguem cada vez menos trabalhadores, em função das novas tecnologias fabris.


Outra característica da implantação das rodovias no Brasil foi a integração das diferentes partes do território brasileiro, que concentrou seus investimentos nas regiões litorâneas. Esse quadro começou a mudar ao longo do século XX, destacando-se a construção da capital Brasília. Assim, rodovias como Belém-Brasília, Cuiabá-Porto Velho e tantas outras tinham como preocupação estabelecer a ligação entre pontos e localidades até então desconectados.


A grande crítica a essa dinâmica questiona a opção por rodovias, algo não muito recomendado para países com larga extensão territorial, como o Brasil. Em geral, as estradas costumam ter um custo de manutenção mais elevado do que outros meios de transporte, como o ferroviário e o hidroviário, além de um maior gasto com combustíveis e veículos. Em virtude dos elevados custos e da política neoliberal de redução dos gastos públicos em investimentos estruturais, iniciou-se uma campanha de privatização das rodovias, que encontrou o seu auge na década de 1990, mas que ainda ocorre atualmente através de concessões públicas.


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