quarta-feira, 18 de novembro de 2020

PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS DOS MATERIAIS

 PROPRIEDADES FÍSICAS


PONTO DE FUSÃO E PONTO DE EBULIÇÃO

Mudanças de estado físico:


fusão: sólido → líquido

vaporização: líquido → gasoso

condensação: gasoso → líquido

solidificação: líquido → sólido

sublimação: sólido → gasoso ou gasoso → líquido


Durante a mudança de estado físico de uma substância:

os dois estados físicos coexistem

a temperatura mantém-se constante


Ponto de fusão:

é a temperatura à qual uma substância passa do estado sólido para o estado liquido

é igual ao ponto de solidificação

exemplo: o ponto de fusão da água são 0ºC


Ponto de ebulição:

é a temperatura à qual uma substância passa do estado líquido para o estado gasoso

é igual ao ponto de condensação

exemplo: o ponto de ebulição da água são 100ºC


Vaporização de um líquido pode ocorrer:


de forma rápida e tumultuosa a partir do seu interior, à temperatura de ebulição → ebulição

de forma lenta a partir da sua superfície, a qualquer temperatura → evaporização


Volatilidade entre líquidos:


menor ponto de ebulição → mais volátil  (evapora mais facilmente)

 

Porque é que o ponto de fusão e o de ebulição são propriedades físicas das substâncias:


cada substância tem valores característicos, a pressão constante, que permitem identificá-la

serve para avaliar a pureza de um determinado material

 

DENSIDADE

 

Densidade (ou massa volúmica):

quantidade de massa por uma determinada unidade de volume

exemplo: a densidade da água é 1 g/cm³


Cálculo da densidade:


ρ=mV


Sendo:

ρ → densidade

m → massa

V → volume

 

Porque é que a densidade é uma propriedade física das substâncias:

cada substância tem valores característicos, a temperatura constante, que permitem identificá-la

serve para avaliar a pureza de um determinado material

 

A densidade explica a flutuação dos corpos:

os corpos mais densos que a água afundam

os corpos menos densos que a água flutuam


COMPORTAMENTO EXCECIONAL DA ÁGUA


A água quando solidifica:


mantém a massa → aumenta de volume → diminui a sua densidade

isso significa que o gelo é menos denso que a água líquida, por isso flutua

 


A água é um bom solvente de muitas substâncias, por isso, na natureza, tem sempre substâncias dissolvidas, muitas delas essenciais para a vida de animais e plantas, e é o principal constituinte dos seres vivos.


 


A água também serve de habitat a muitos seres vivos, é importante para a higiene, lazer e até como via de comunicação.



Testes colorimétricos:

indicam, através de mudanças de cor, se uma determinada amostra contém ou não uma determinada substância

vantagens: práticos, rápidos, fáceis e de baixo custo

desvantagens: por vezes são pouco rigorosos e pouco fiáveis

 

QUÍMICA ANALÍTICA

Química analítica:

ramo da química que trata da identificação e doseamento de substâncias presentes num certo material

é muito importante em áreas relacionadas com a nossa qualidade de vida, como segurança alimentar, qualidade ambiental e diagnóstico de doenças



quinta-feira, 20 de agosto de 2020

CONTRIBUTOS DAS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES

 A partir do 5º milénio a.C. assistiu-se a uma nova e profunda viragem: o Homem começou a fixar-se nos vales de alguns grandes rios, onde vieram surgir as primeiras cidades, e com elas as primeiras civilizações:


Civilização do Egito, junto ao Rio Nilo

Civilização da Antiga China, junto ao Rio Amarelo

Civilização da Suméria, junto ao Rio Tigre e ao Rio Eufrates

Civilização do Vale do Indo, junto ao Rio Indo

 


Condições naturais

Algumas comunidades deslocaram-se para junto dos grandes rios por causa do seu regime de cheias anuais que tornavam férteis os solos das suas margens. Inicialmente, o Homem não sabia como controlar as cheias e por isso não se fixava nas proximidades dos rios. No entanto, a partir do 5º milénio a.C. as populações atreveram-se a enfrentar a força dos rios e a ocupar as suas margens.


Desbravou-se o solo, drenaram-se os pântanos, construiram-se diques para suster as águas nos meses de cheias e construiram-se canais para irrigar os campos durante os meses de seca. Todo este esforço foi recompensado com colheitas abundantes, sobretudo de cereais.



Acumulação de excedentes

O aumento da produção fez com que se produzisse mais do que se consumia, o que originou a acumulação de excedentes.


 

Progresso técnico e estratificação social

Com a acumulação de excedentes agrícolas, já não era necessário tantas pessoas se dedicarem ao trabalho agrícola, ficando libertas para outras atividades.


Surgiram os primeiros artesãos especializados: oleiros, tecelões e, mais tarde, metalurgistas. A metalurgia (técnica de fusão e tratamento de metal) permitiu o fabrico de instrumentos e de armas de metal, o que mudou profundamente o modo de vida das comunidades.


As necessidades de defesa e de organização da comunidade levou ao aparecimento de guerreiros, sacerdotes e governantes. Os chefes guerreiros, religiosos e políticos adquiriram grande poder e autoridade e começaram a exigir aos camponeses e artesãos o pagamento de tributos.


A sociedade passou então a estar dividida em estratos sociais: por um lado, os chefes guerreiros, religiosos e políticos (os que dirigiam e comandavam) e, por outro lado, os camponeses e os artesãos (os que produziam).



Trocas comerciais

A acumulação de excedentes também permitiu o aparecimento de uma nova atividade económica: o comércio, ou seja, a troca de bens (trocavam-se produtos agrícolas e artesanais).


Aparecimento das cidades

Concluindo, a acumulação de excedentes permitiu o aparecimento de novas atividades, como o artesanato, o comércio e os serviços administrativos, militares e religiosos. Estas atividades tendiam a concentrar-se em grandes aglomerados populacionais – as cidades.


Foi, portanto, nos vales fluviais que se deu a revolução urbana, que originou as bases para as primeiras civilizações.



O EGITO


Condições naturais

O Egito situa-se no nordeste de África. Fica a norte do deserto da Núbia, a este do deserto da Líbia e a oeste do deserto Arábico. Tem ainda como limites o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho.


O território é atravessado por um grande rio: o Rio Nilo. Com as suas cheias anuais, os solos das suas margens tornam-se bastante férteis e, por isso, propícios à agricultura.


É possível distinguir duas regiões:


Alto Egito: nas terras mais a sul

Baixo Egito: região do delta (parte terminal do rio Nilo que desaguava por vários braços para o Mar Mediterrâneo)

Estas regiões foram independentes durante séculos. Entretanto, deu-se a unificação de todo o território a cerca de 3200 a.C., pelo rei Narmer (ou Menés), tornando-se assim no primeiro faraó do Egito.



Atividades económicas

Principais atividades económicas e produtos:


Agricultura:

Cereais (trigo e cevada)

Linho

Artesanato:

Ourivesaria

Metalurgia

Cerâmica

Tecelagem

Carpintaria

Comércio:

Importava: minerais, pedras preciosas e madeira

Exportava: cereais, objetos de cerâmica, tecidos de linho


Sociedade

A sociedade egípcia era estratificada e hierarquizada, ou seja, estava dividida em vários estratos sociais, cada um com a sua importância a nível social:


Faraó:

Tinha poder sacralizado, pois era considerado deus vivo, filho do deus-Sol Amon-Ré

Concentrava em si todos os poderes: era o sumo-sacerdote, juíz supremo, chefe do exército e administrador do Egito

Altos funcionários:

Tinham funções administrativas

Sacerdotes:

Prestavam o culto aos deuses, nos templos

Escribas:

Desempenhavam diversos cargos, como magistrados, cobradores de impostos e contabilistas, graças aos seus conhecimentos (escrita e cálculo)

Artesãos:

Trabalhavam nas oficinas do rei, dos templos e dos nobres

Camponeses:

Cultivavam as terras do faraó, dos templos e dos nobres, estando ainda sujeitos a pesados impostos

Escravos:

Eram prisioneiros de guerra que se ocupavam de diversos serviços (domésticos, agrícolas, obras públicas, etc.)

 


Religião

O povo egípcio era politeísta, ou seja, acreditava em vários deuses.


Os deuses egípcios tinham várias formas: podiam ter forma humana, animal ou mista. Representavam forças da Natureza ou qualidades humanas.


Cada cidade ou região tinha os seus próprios deuses, mas os mais importantes eram adorados em todo o Egito. O culto a estes deuses era prestado em grandes e ricos templos.


 

Culto dos mortos

Os Egípcios acreditavam na vida após a morte e na reencarnação. Por isso, procedia-se à mumificação dos corpos dos mortos de forma a preservá-los para a outra vida. Depois de embalsamados, os corpos ficavam encerrados em sarcófagos que eram depois colocados em túmulos juntamente com alimentos, adornos, jóias e outros objetos de uso pessoal.


No entanto, como este processo era algo dispendioso, era apenas realizado aos faraós e alguns privilegiados. Os restantes egípcios (a maioria) eram sepultados no deserto.



Arte

A arte egípcia está muito relacionada com a religião e ao culto dos mortos.


Arquitetura

Construíram-se três tipos de sepulturas: as pirâmides (enormes túmulos reservados aos faraós), as mastabas (túmulos reservados à família dos faraós e priveligiados) e os hipogeus (túmulos escavados nas rochas, de forma a evitar roubos dos objetos lá deixados)

Os templos eram grandiosos de forma a engrandecer os deuses a que faziam culto

Escultura e pintura

Destinavam-se sobretudo à decoração de templos e túmulos

A figura humana era representada de acordo com a lei da frontalidade: a cabeça e os pés de perfil e o tronco de frente

A dimensão das figuras era de acordo com a sua categoria social





segunda-feira, 18 de maio de 2020

As crises do século XIV

As crises do século XIV

Entre os séculos XII e XIV, a economia medieval vivenciou uma época de ascensão mediante a ampliação da oferta de gêneros agrícolas e o desenvolvimento das cidades. A dinâmica que antes ordenava a Europa despontava para outras possibilidades que incluíam o aquecimento das atividades comerciais, o afrouxamento das relações servis em algumas regiões, a monetarização da economia e a consolidação de uma nova classe social pela burguesia.

Contudo, no início da segunda metade do século XIV, essa realidade foi bruscamente interrompida com o terrível advento da Peste Negra. Em pouco tempo, milhares de europeus foram dizimados por uma terrível epidemia que se alastrou graças às péssimas condições de higiene daquela época. Além de causar tantas mortes, essa doença também foi responsável por um grande declínio populacional. Alguns estudiosos estimam que mais de um terço da Europa foi vitimada.

A morte de tanta gente acabou provocando um enorme desordenamento ao processo produtivo daquela época. As atividades comerciais retraíram, bem como as propriedades feudais desaceleraram a sua capacidade de produção. Temendo a escassez de alimento, que de fato aconteceu, vários nobres dificultaram ao máximo a saída dos servos de suas propriedades. Nesse contexto de escassez e enrijecimento, as tensões entre servos e nobres logo se evidenciaram.

Não por acaso, a Peste Negra veio logo a conviver com os levantes organizados por servos e jornaleiros de toda a Europa. Em regiões da Bélgica, França e Inglaterra observamos os camponeses envolvidos em grandes revoltas que ficaram conhecidas pelo nome de “jacqueries”. O termo, proveniente da expressão “Jacques bon homme”, era negativamente dirigida para todos aqueles que não tinham qualquer tipo de propriedade ou não ocupavam uma posição privilegiada.

Tanta instabilidade demonstrou que os antigos hábitos e instituições que definiam a ordem feudal não mais se manteriam incólumes. Por tal razão, observamos que essas últimas décadas do período medieval foram marcadas por guerras, a centralização do poder político e a reorganização das atividades econômicas. Adentrando o século XV, vemos uma Europa articulando transformações que definiram boa parte da compreensão do mundo moderno.

Por Rainer Sousa
Graduado em História

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Crise do Século XIV"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise-seculo-xiv.htm


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